Nos primeiros meses de 2013 já houve tantos casos de conflitos graves em repartições como em todo o ano passado. Sindicato exige policiamento nos serviços públicos e inspecções em brigada nas empresas de risco.
Ser funcionário público numa repartição de Finanças está a tornar-se uma profissão de risco. Entre assaltos, tiros, ameaças e agressões a trabalhadores, nos primeiros meses de 2013 já houve pelo menos sete casos de “conflitualidade grave”, mais do que em todo o ano passado. O clima de tensão está a aumentar com os atrasos nos serviços e os sindicatos exigem seguranças privados ou policiamento das repartições.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) fez um levantamento dos casos mais graves de insegurança em repartições de Finanças, desde o final de 2007. Este ano está a ser o mais violento. “Há muitos casos de insultos e ameaças aos funcionários e, por vezes, as agressões são consumadas”, relata ao SOL o presidente do STI, Paulo Ralha.
O dirigente aponta os atrasos nas repartições como um dos principais motivos para a ocorrência destes episódios. “Há falta de pessoal nas repartições, agravada com o período de férias de parte dos funcionários, e o sistema informático está a bloquear”. Com milhares de notificações de IRS e de Imposto Único de Circulação a serem emitidas, “as repartições ficam sem capacidade de resposta e os contribuintes ficam mais exaltados”.
O último caso ocorreu na semana passada, quando dois contribuintes numa repartição do Porto se envolveram em desacatos, que depois alastraram a dezenas de outras pessoas na fila, obrigando à intervenção dos funcionários e da polícia.
Falta de pessoal
Paulo Ralha antecipa que os conflitos venham a aumentar, já que existem cerca de 1.000 pedidos de reforma à espera de autorização na Caixa Geral de Aposentações. Assim que tenham luz verde, o número de funcionários da AT - Autoridade Tributária e Aduaneira vai diminuir. “A única solução para o problema da insegurança é investir nos serviços públicos”, destaca. [...] SOL
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